segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Confusão poética

Mordem-se os lábios, ardência da pele
Mais que desejo é a fúria dos corpos
na busca de unir as energias mais vitais.
Meus lábios presos no teu seio
as tuas mãos rasgando minhas roupas.

Acordar num sonho de sol,
sua tarde de suor,
suas cores numa aquarela confusa,
minhas máscaras lambidas pela tua língua.

Girando num carrossel de ilusão
a mente já não comanda o corpo
o corpo obedece sua fúria vital
desfalece numa prazer inalterado e passageiro.

Tremor dos músculos, pele sensível,
boca arrebentada, cabelos entre os dedos.
A mente ainda confusa busca apoio na solideis,
dos gestos desordenados.
Sobram os olhares desencontrados,
as mãos sem destinos, a provocação em outros corpos.

Se faz preciso uma fuga para o fundo de si
para reconstrução de uma suposta integridade.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Poema pra Tulipa desenhar

Rasguei todas as roupas que estavam no varal
Escrevi todos os meus poemas no muro branco da tua casa
Gritei durante toda a noite o teu nome em frente ao teu portão
Fiquei rouco de tanto cantar Crime Passional


Andei cego por avenidas, entrei em bares
bebi, dancei, sorri até cair no meio fio.
Já não sabia se era chuva ou lágrima,
não entendia mais nada sobre desejos e medos


E num tom delicado, um gesto abafado,
Um sorriso cortado, meu olhar assustado...
O corpo e a alma invadidos pelo teu sabor
Mais que as palavras, mas que o sossego do fim...