Partir...
Diante dos fatos
e últimos acontecimentos
a única solução possível é...
... a despedida.
Separar os corpos
Desprender os laços
Abrir todos os cadeados
Destrancar todas as portas
Escancarar janelas
Partiu...
Para novos portos,
novos sóis, novos dezembros,
novas flores e rosas.
Com os sapatos largos
e cardaços frouxos
com o último botão
da camisa aberto.
Aberta...
Mente, voz e suor.
Uma canção recém nascida,
um poema rabiscado,
um sorriso largo,
braços perdidos
em abraços.
Amplo...
tudo isso é para suas pernas,
sua imaginação,
basta correr,
caminhar, jogar,
tentar, descobrir,
encontrar, partilhar,
recomeçar...
Inventar.
CRIAR.
Partiu...
Ricardo Torelly
Um artista muito mais obsceno que subversor. "Gostaria de ser lido pelas pedras"M. Barros
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Carta desabafo
Meu terno amigo o que venho lhe contar não é a alegria do olhar de uma
criança que acaba de ganhar o presente tão esperado. Meu amigo na madrugada de
domingo para segunda-feira invadiram a minha casa. Pois é, morando desde a
minha infância no mesmo lugar, um lugar calmo, tranqüilo, sem grandes
acontecimentos, um lugar onde as pessoas se conhecem desde os tempos em que a
rua era de barro e as crianças brincavam despreocupadas.
Meu terno amigo conto com detalhes o ocorrido e o que esse acontecimento
causou em mim. Dormíamos
tranqüilo, meu irmão, meus pais, descansando para enfrentarmos mais um dia de
trabalho que estava por vir. Às 5 horas e 15 minutos acordo com uma pessoa
gritando, tomado pelo susto não compreendi o que estava acontecendo, quando o
segundo grito veio. “Pega ladrão”. Era a voz do meu irmão, o som invadia o meu
quarto, meu corpo pulou da cama e em segundos pensei que uma tragédia tinha
acontecido com meu irmão. Sai para o quintal e o encontrei bem, graças a Deus. Mas
veio a noticia: “Levaram o seu notbook”.
O individuo abriu a janela do quarto do meu irmão soltou o fio da internet, meu irmão acordou com o
barulho, mas não consegui ver o individuo que subiu as escadas correndo e fugiu
pulando pela laje da vizinha.
Invadiram a minha casa, levaram meu computador e pode acreditar é o de
menos, o que me deixa transtornado é que invadiram a minha privacidade, minha
alma, o lugar que eu tenho como porto seguro. Que porto é esse? Levaram minhas
fotos, meus trabalhos, minhas músicas, minhas lembranças, minhas poesias.
Bagunçaram minha ordem natural. Agora tento desordenadamente colocar as coisas
no lugar, tentando não ficar com medo. Onde está aquilo que chamamos de
segurança pública, que tem por uma das suas funções a de preservar o patrimônio
privado, a vida.
Meu terno amigo aqui na Terra ainda estão jogando futebol, tem pouco
samba, tem muito choro, muita água, pouco rock
roll, no mesmo dia chove e faz sol. O que eu tenho pra dizer é que a coisa
aqui está mais do que preta. Um beijo na alma, nos olhos e no coração.
sábado, 10 de março de 2012
sábado, 3 de março de 2012
sexta-feira, 2 de março de 2012
O mar que nunca choramos II
Hoje o mar que nunca choramos invade minha casa
Inunda minha sala e toma conta do meu quarto
Boia sobre o chão da minha casa as letras de amor que escrevi
Banha meu corpo em suores a agonia em não saber nadar
Minhas mãos são tomadas pela ânsia em sobreviver
Meus olhares são em atenção do mar invadindo a minha intimidade
Tomando conta de tudo aquilo que já foi nosso
O mar que não lançamos nossos corpos em delírios de prazer
Hoje vem salgar minha boca de esquizofrenia e melancolia
Com a boca salgada arrisco gritar em sinal de alerta
O mar que nunca choramos...
...hoje arrasta meu corpo frágil em direção do oceano...
...consigo ver as algas marinhas e os tubarões.
Inunda minha sala e toma conta do meu quarto
Boia sobre o chão da minha casa as letras de amor que escrevi
Banha meu corpo em suores a agonia em não saber nadar
Minhas mãos são tomadas pela ânsia em sobreviver
Meus olhares são em atenção do mar invadindo a minha intimidade
Tomando conta de tudo aquilo que já foi nosso
O mar que não lançamos nossos corpos em delírios de prazer
Hoje vem salgar minha boca de esquizofrenia e melancolia
Com a boca salgada arrisco gritar em sinal de alerta
O mar que nunca choramos...
...hoje arrasta meu corpo frágil em direção do oceano...
...consigo ver as algas marinhas e os tubarões.
domingo, 26 de fevereiro de 2012
Ao poeta César Magalhães Borges minhas sinceras desculpas
Poeta minhas sinceras desculpas
Meus versos não têm rimas
Ritmo
ou melodia
Eles quebram
destoam
Sua tônica maior
é o pensamento
envolvidos em soluço
e solidão.
Os meus versos se partem
são frágeis,
delicados,
suspensos.
Oscilam
entre o caos,
a mentira
e a verdades
inventadas.
Desenham-se ao contrário
das métricas.
Esquecem qualquer regra,
ou palavra de ordem.
Minhas sinceras desculpas
poeta, mas assim
se fazem os meus
versos.
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