sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Um poeminha fora de hora


Sem vergonha e sem jeitos
os modos foram esquecidos na estante.
Os enfeites dos cabelos eram desordenados,
a camisa com corte em v deixava a mostra os seios mais perfeitos,
a calça integrada com o corpo denunciava a ausência da calcinha.

Mas a sem vergonha, era absurdamente tímida perto do meu corpo.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Confusão poética

Mordem-se os lábios, ardência da pele
Mais que desejo é a fúria dos corpos
na busca de unir as energias mais vitais.
Meus lábios presos no teu seio
as tuas mãos rasgando minhas roupas.

Acordar num sonho de sol,
sua tarde de suor,
suas cores numa aquarela confusa,
minhas máscaras lambidas pela tua língua.

Girando num carrossel de ilusão
a mente já não comanda o corpo
o corpo obedece sua fúria vital
desfalece numa prazer inalterado e passageiro.

Tremor dos músculos, pele sensível,
boca arrebentada, cabelos entre os dedos.
A mente ainda confusa busca apoio na solideis,
dos gestos desordenados.
Sobram os olhares desencontrados,
as mãos sem destinos, a provocação em outros corpos.

Se faz preciso uma fuga para o fundo de si
para reconstrução de uma suposta integridade.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Poema pra Tulipa desenhar

Rasguei todas as roupas que estavam no varal
Escrevi todos os meus poemas no muro branco da tua casa
Gritei durante toda a noite o teu nome em frente ao teu portão
Fiquei rouco de tanto cantar Crime Passional


Andei cego por avenidas, entrei em bares
bebi, dancei, sorri até cair no meio fio.
Já não sabia se era chuva ou lágrima,
não entendia mais nada sobre desejos e medos


E num tom delicado, um gesto abafado,
Um sorriso cortado, meu olhar assustado...
O corpo e a alma invadidos pelo teu sabor
Mais que as palavras, mas que o sossego do fim...

sábado, 14 de maio de 2011

Sobre as mão do meu amor

Entre todos os elementos corpóreos que formam
a fina e delicada estrutura do meu amor,
entre os lábios e dentes,
pele e músculos, entre o ato e a surpresa,
são sobre suas mãos que eu me encontro.
Na ruptura do acaso sobre as coisas que nos move
Sobre as coisas que nos encaminham para o imprevisível
Encontro todos os dias com a cara do desespero
e com a vontade de desistir de tudo, ir embora pra Passárgada
De repente sob a luz mais clara da lua cheia,
sou acolhido pelas mãos do meu amor.
Elas tem um delicado jeito de tomar meu corpo,
de acalmar minha alma e sossegar me corpo agitado.
As mãos do meu amor são o berço do meu descanso.
Passado o passado em ritmo descontinuo
e reconhecido ao que o coração já havia se entregado
Eu e meu desejo de continuar nos entregamos nas
mãos do meu amor, na segurança de um beijo guardado.
As mãos do meu amor desenham no espaço outro tempo
Nesse tempo onde nos encontramos homem e mulher,
onde nossas almas e corpos confundem  a existência,
unimos os desejos de sermos eternos pelo tempo que não sabemos.
Estou entregue as mãos do meu amor.
Estou nas mãos do meu amor... e quanto amor.

domingo, 10 de abril de 2011

Um poema em construção

Meu primeiro verso nasceu da esperança de um beijo que nunca roubei.
E começaram as mais interminavéis ilusões.
De um amor que não se sabe onde aparecerá.

Caminhei entre flores e brasas
Dancei ao som de uma música que não reconhecia
Lancei-me entre as avenidas e era corpo despreparado.

Vi homens, vi mulheres, as crianças em ciranda
Tinha vocação para poesia, música e borboletas
Enraizei na poesia onde descoberto fui pego

segunda-feira, 7 de março de 2011

Paixão

Não me queira ter apaixonado
a consciência dos atos perdem a lógica,
sou acometido pela não razão.
Rabisco no meu corpo em letras antigas
teu nome, tua história, uma promessa de futuro.

As minhas mãos desenvolvem uma dança complexa,
minhas pernas se embaraçam na confusão dos dias.
Ritualizo as manhãs quando acordo e o primeiro
pensamento é a tua existência presente na minha vida.

Não me queira ter apaixonado
sou demasiado amante,
desejo o encontro das almas e corpos
na comunhão com o fogo e na profusão dos sentidos.

Embaralho os pensamentos mais simples,
desvendo o enigma da esfinge para poder te alcançar.
Invado a direção do seu olhar, adormeço no seu juízo,
te aproximo de você mesma, misturo os DNA.

Me queira apaixonado,
que ainda não sei das substâncias guardadas em mim.
Sejamos desprovidos de previsões,
de acertos, de certezas, do amanhã.

Não sei o que dá em mim quando perdido em teu seio,
quando esquecido em tuas mãos, abandonado nas tuas pernas,
imerso na tua companhia e na vontade de mais se mais tiver.
Na vontade de ser o que se não se sabe da paixão.

Me queira apaixonado,
te quero igualmente perdida na razão
de ser e estar.

Quando atingirmos o último grau da loucura,
que sejamos mais apaixonados, que possamos sentir
o primeiro gosto, primeiro gesto, o primeiro pensamento,
que nos levou ao esquecimento dessa vida cotidiana.

Um poema

Tempo e caminhada, amor sem eixo...
Na dureza da carne ver sangrar um falo alento.
Na claridade dos olhos ver surgir uma agonia,
um desespero da distância que existe entre as almas.

Olhei para frente e mais que uma visão foi a certeza
de estar perdido entre a realidade e a ilusão dos teus encantos.
Toquei uma valsa, arrisquei um poema, cai em solidão...

Repetindo os mesmos velhos poemas de Vinicíus
Assobiando as cortantes canções de Chico Buarque
Recolho as minhas incertezas dentro do meu mundo tão distânte,
do meu mundo tão meu, que hoje eu abri pra você.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Elis Regina

Sempre relutei muito em escrever sobre Elis Regina, só ai dei conta que Elis não precisa das minhas palavras, o seu canto é bem mais que tudo aquilo que eu possa dizer.