sábado, 26 de junho de 2010

Outra janela...

Na janela Ítalo Calvino


Hoje eu vi da janela um olhar
Uma expressão serena e suave
Olhava e não me reprimia, não contestava,
apenas observava toda aquela desorganização.

Homens tão fortes e tão mais fortes que eu
Tão brutos abruptos e desconexos da minha visão
Que já não procuro mais comparações, ou níveis de igualdade
Reconheço-me fraco entre eles, solto das suas convenções.

Mas me salva aquele olhar da janela
Resgata-me de mim mesmo o que eu não consigo desprender
Pra onde esse olhar quer me levar?

Sobrevôo um jardim de magnólias
o olhar me acompanha e não me confessa nada, mas é tudo tão claro, tão leve...
que não posso negar, agora observo tudo de cima de uma árvore.

Um comentário: